segunda-feira, 30 de maio de 2011

Ninguém por Testemunha - Livro


De um lado, jovens desajustados e uma organização não governamental que tenta recuperar adolescentes da marginalidade.

Do outro, famílias bem estruturadas e policiais que tentam proteger as estruturas da sociedade.

Em algum momento no cotidiano de uma grande cidade, os dois universos paralelos se encontram, nem sempre para conviver pacificamente.

A escritora Elizabeth George juntou a esses elementos um psicopata que encontra nas distorções sociais a justificativa de seus crimes para criar a trama de Ninguém por testemunha.

À frente das investigações dos assassinatos cometidos aparentemente por um serial killer pedófilo, racista e homossexual está o inspetor Thomas Linley, acompanhado por sua parceira, a detetive Barbara Havers.

Enquanto Linley vive um momento pessoal feliz – sua mulher está grávida do primeiro filho –, Bárbara amarga a frustração de não haver sido promovida em detrimento de um colega que chegou ao cargo, provavelmente, para atender às necessidades de imagem que a New Scotland Yard quer divulgar para a opinião pública.

Ao mesmo tempo que lida com as disputas profissionais de sua equipe, tentando proteger a amiga Bárbara sem se indispor com seus superiores, que determinam as promoções no departamento, Linley precisa estimular os colegas a prosseguirem nas investigações, mesmo sem acreditar no mérito de quem alcançou a chefia.

A americana Elizabeth George situa esta décima terceira aventura de Linley, um policial de origem aristocrática, na Londres da atualidade, onde filhos de imigrantes convivem com o desemprego, a falta de adaptação social e os preconceitos que persistem apesar da globalização.

O liberal Thomas Linley ainda almeja uma vida dentro dos preceitos tradicionais, embora compreenda e se entusiasme com as mudanças que chegam com a modernidade. O que ele não espera é que a violência que combate profissionalmente venha bater à sua porta.

Em Ninguém por testemunha, Elizabeth George mostra o crime não apenas através do ponto de vista de quem o combate, mas também de quem o planeja e o comete.

No olhar do criminoso e em sua lógica que ignora os direitos humanitários, mas que também pretende reorganizar a ordem social, por entender que a punição pode evitar a repetição de erros, está um dos pontos fortes da intrincada trama.

A autora comprova, mais uma vez, por que é uma das maiores referências da literatura de mistério, capaz de transportar o leitor para uma Inglaterra de tramas complexas e detalhes sutis.


Para ler do começo ao fim... num fôlego só. Ideal para os dias de Corpus Christi, para quem quer sossego, sombra e emoção!!

Autor: Elizabeth George
Editora: Rocco

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